Eu já tentei escrever sobre esse momento um milhão de vezes,
eu já comecei e apaguei esse texto em computadores diferentes, em folhas de
cadernos, em orelhas de livros. Daquela época só me restam lembranças, uma
carta sentida - nunca entregue, alguns emails, resquícios enfim, poucos,
muitos foram literalmente deletados – era o inicio da minha vida em redes
sociais virtuais.
Já tentei textos melancólicos, engraçadinhos, já tentei
falar de nossas aventuras, de nossas desventuras, da intensidade da paixão e do
espaço vazio em que me vi sozinha logo depois.
Já quis me culpar, mas foi nesta época em que aprendi a por
a culpa no outro. Resolvi seguir, como se pudesse apagar o que havia sentido,
recomeçar do zero como gostava de dizer, e buscava experiências que superassem
as que tinha vivido. Segui frustrada. Era difícil de entender, era impossível.
Eu o queria, queria como nunca e como nunca mais aconteceu,
na verdade aconteceram coisas muito diferentes a partir daí e eu pude querer
algo novo. Isso é o inteligível da coisa, mas o ininteligível, o
incompreensível, o desejo absoluto, vivo, libidinoso, vigoroso, esse existiu
todo e absoluto naquele momento com ele.
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